Os mais de mil povos indígenas que viviam no território brasileiro, na época da chegada dos europeus, possuíam um rico e variado panteão de divindades, todas em estreita relação com as forças da Natureza. O legado mitológico deixado por eles permanece vivo nos dias de hoje
entre os mais de 450 mil índios que habitam o Brasil.
Abaixo, os deuses tupi-guaranis:
• Tupã, o “Espírito do Trovão” é o criador dos céus, da terra e dos mares, assim como do mundo vegetal e animal.
• Jaci é a deusa da Lua e guardiã da noite, protetora dos amantes e da reprodução. Um de seus atributos é despertar a saudade no coração dos guerreiros e caçadores, para que eles retornem para suas esposas.
• Guaraci é o deus sol, filho de Tupã e auxiliar de seu pai na criação dos seres vivos. Ele também é o guardião das criaturas durante o dia.
• Ceuci, protetora das lavouras e moradias dos indígenas, foi comparada à Virgem Maria, por ter dado à luz de maneira milagrosa.
• Anhangá, inimigo de Tupã, é o deus das regiões infernais, é um espírito andarilho que pode tomar a forma de vários animais.
• Sumé, responsável pela manutenção das leis e das regras, um dia partiu andando sobre o oceano, devido à desobediência dos índios.
Abaixo, os deuses de outras tribos:
• Akuanduba, divindade dos índios araras, da bacia do Xingu, no Pará. Rigoroso, Akuanduba tocava sua flauta para trazer ordem ao mundo.
• Yorixiriamori, personagem do mito da “árvore cantante” dos ianomâmis. Com seu belo canto, Yorixiriamori deixava as mulheres encantadas, o que acabou despertando a inveja nos homens.
• Yebá Bëló, a “mulher que apareceu do nada”, figura principal no mito de criação dos índios dessanas, do alto do rio Negro (fronteira Brasil-Colômbia).
• Wanadi, deus dos iecuanas, povo da divisa Brasil-Venezuela, Wanadi criou três seres para gerar o mundo. Porém, os dois primeiros fizeram um erro e acabaram criando uma criatura deformada, que representa o lado ruim da vida (fome, doenças, morte).
Para os arauetés, do médio Xingu (PA), um marido indignado criou o mundo.
Triste com um insulto da esposa, o deus Aranãmi começa a cantar e tocar seu chocalho. Com isso, cria o solo terreno e mais três níveis: dois celestes e um subterrâneo, com um rio e suas ilhas.
Alguns homens sobem até o primeiro nível celeste e se tornam seres divinos. Outros se elevam ainda mais, indo morar na segunda camada, o Céu Vermelho.
O solo então se rompe. Os homens caem no rio subterrâneo e quase todos são devorados por uma piranha e um jacaré gigantes. Os que escapam ficam vivendo nas ilhas. Quando um habitante das ilhas morre, sua alma se divide em dois espíritos: um vaga por certo tempo pela terra; o outro fica na
primeira camada celestial, em contato com os deuses.
De acordo com o mito, um dia a camada celeste se romperá. A partir daí, os seres humanos e divinos ficarão misturados e não haverá diferença entre o mundo dos mortos e o dos vivos.
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